Os pais devem ou não assistir á consulta do seu filho(a)? Trata-se de uma questão controversa, onde as opiniões e estudos são divergentes.

Muitos profissionais consideram que a presença dos pais no gabinete dentário é perturbador, a sua presença constitui um refugio para a criança que recusa enfrentar ou compreender a necessidade da consulta, impedindo o desenrolar normal da mesma. Outros, consideram a presença dos pais benéfica, dando como exemplo o modelo pediátrico, onde os pais rotineiramente assistem, transmitindo confiança e segurança á criança.

A evolução cultural, social e legal têm contribuído para mudanças na forma como os pais e crianças encararam a consulta dentária. A nossa politica baseia-se muito na nossa experiência acumulada ao longo de 25 anos. Na década 90 considerávamos mais benéfico para a condução da consulta a ausência dos pais, embora encorajássemos sempre os pais a assistir quando era essa a sua vontade.

Com uma melhor compreensão do medo e da percepção de segurança que as crianças apresentam relativamente á consulta, juntamente com um maior interesse por parte dos pais, assistiu-se a uma maior aceitação por parte dos médico dentistas em ter os pais presentes. Assim passou-se a encorajar os pais a assistirem á consulta dos seus filhos.

Actualmente sabemos que o pilar de sucesso da consulta odontopediátrica reside no estabelecimento de uma relação efetiva de confiança entre o Médico Dentista e a criança, em que todos os elementos têm um papel a desempenhar (pais, criança, e Médico Dentista). O espaço físico onde se desenrola a consulta também é determinante. Em todos os casos, prevalecerá sempre a vontade dos pais em estarem presentes e da criança em querer os pais presentes. Com um comportamento complacente, melhorará a cooperação da criança, o que resultará num tratamento dentário mais eficaz e bem sucedido.